Indicadores de Vigilância Entomológica(Parte I de III)

Imagem: Pragas e Eventos

Desde cedo sabemos por meio de campanhas e ações, que insetos transmitem doenças como a Dengue, Febre Amarela, Chikungunya, Zika, Malária, Doença-De-Chagas, Filariose, Leishmaniose e outras. E as medidas que tanto pregamos para que sejam tomadas como ações de profilaxia precisam de uma base para serem guiadas, e com os indicadores de vigilância entomológica conseguimos basear as ações e a eficácia de medidas que foram tomadas previamente.
     Indicadores como Positividade de Ovitrampa, Índice de Breteau, Índice de Pupa, Positividade de Densidade de Casa, Índice de Infestação Domiciliar e Infestação Domiciliar são usados para medir os índices de infestação, densidade e distribuição dos vetores. Irei abordar a maioria dos indicadores aqui, indicando os principais.
     Para termos uma idéia inicial dos indicadores, primeiro precisamos entender que para o vetor começar a transmitir e se reproduzir, ele passa por estágios de crescimento dentre eles são Ovo, Larva, Pupa e o vetor Adulto, mas esses estágios ditos anteriormente são para os Culicídeos. Os flebotomíneos por não sabermos muito bem os estágios e seus criadouros utilizamos indicadores de Tempo de Captura e Infestação Domiciliar, já os triatomíneos possuem estágios de crescimento diferentes como os estágios de ninfas. Também é importante sabermos que cada espécie possuem locais e períodos de incidência diferentes, como os culicídeos que são mais incidentes nos períodos quentes e chuvosos, os flebotomíneos nos meses mais frios e os triatomíneos dispersos na maioria do território brasileiro e na maior parte do ano.

     Para os culicídeos temos, no estágio de Ovo os indicadores Positividade de Ovitrampa(IPO) que compreende-se pelo número de armadilhas positivas dividido pelo número de armadilhas examinadas multiplicado por cem. Logo temos a fórmula: IPO=(Nº de Armadilhas Positivas / Nº de Armadilhas Examinadas)x100.

     Também temos o indicador Positividade de Densidade de Ovos(IDO) que compreende-se pelo número de ovos pelo número de armadilhas positivas multiplicado por cem. Logo temos a fórmula: IDO=(Nº de Ovos / Nº de Armadilhas Positivas)x100.

     Dentre essas duas fórmulas, a IPO é a fórmula mais usada como indicador entomológico das formas de ovo dos culicídeos, como Aedes aegypti e Aedes albopictus, transmissores da Febre Amarela, Dengue, Zika e Chikungunya. No estágio de Larva temos três fórmulas que usamos para medir, a primeira é a Índice de Edifício(IE) que compreende-se pelo número de edifícios infestados pelo número de edifícios inspecionados multiplicado por cem. Logo temos: IE=(Nº de Edifícios Infestados / Nº de Edifícios Inspecionados)x100.

     A segunda é o Índice de Recipientes(IR) que compreende-se pelo número de recipientes positivos pelo número de recipientes com água inspecionados multiplicado por cem. Logo temos: IR=(Nº de Recipientes Positivos / Nº de Recipientes c/ Água Inspecionados)x100.
     O terceiro é o Índice de Breteau(IB) e é a fórmula principal que usamos para medir o indicador entomológico no nível de Larva, essa fórmula se caracteriza pelo número de recipientes com larva pelo número de casas inspecionadas multiplicado por cem. Logo temos a fórmula: IB=(Nº de Recipientes com Larva / Nº de Casas Inspecionadas)x100.

     Para o nível de Pupa usamos o indicador Índice de Pupa(IP), compreendido pelo número de pupas pelo número de imóveis inspecionados multiplicados por cem. Logo temos a fórmula: IP=(Nº de Pupas / Nº de Imóveis Inspecionadas)x100.

     Para o nível de Adulto temos duas fórmulas, a Positividade de Adultos(IPA) e Positividade de Densidade de Casa(IDC), sendo esta última a mais usada como indicador, ela compreende-se pelo número de fêmeas capturados pelo tempo trabalhado multiplicado por cem. Logo temos a fórmula: IDC=(Nº de Fêmeas Capturadas / Tempo Trabalhado)x100.

     Essa foi a primeira parte sobre os Indicadores de Vigilância Entomológica, nela abordei somente sobre os indicadores de culicídeos, nas próximas duas partes irei falar sobre os flebotomíneos e os triatomíneos, respectivamente vetores dos agentes etiológicos da Leishmaniose e Doença-de-Chagas ou Tripanossomíase.