Proteína de Bence-Jones

Chamamos de proteínas de Bence-Jones, o excesso de cadeias leves de imunoglobulinas derivadas da alta proliferação de células plasmáticas que ocorre pelo mieloma múltiplo, uma condição hematológica que representa 90% das neoplasias de plasmócitos. Essas proteínas são filtradas pelo glomérulo, mas são tóxicas para as células tubulares, e essa toxicidade pode levar a uma disfunção tubular renal que pode evoluir para uma insuficiência renal crônica.[1]

     A organização mundial da saúde definiu critérios para o diagnóstico de Mieloma de Plasmócitos, onde a proteína de Bence-Jones está inserida e pode ser utilizada como um dos critérios de diagnóstico. É necessário no mínimo um critério principal e um secundário, ou três secundários segundo o quadro abaixo (os valores e critérios podem alterar de acordo com a fonte pesquisada):[2]

Fonte do Quadro 4: [4]

     A proteína de Bence-Jones não é detectada pelas tiras de medição, são encontradas na urina como monômeros de baixo massa molecular, dímeros ou polímeros de alta massa molecular. As proteínas de Bence Jones se derramam na urina quando a capacidade de absorção tubular se torna saturada. Uma coleta de urina de 24 horas é desejável para a quantificação com precisão da quantidade de proteína de Bence-Jones excretada. Esta amostra não requer conservante e pode ser mantida em temperatura ambiente.[3]

     A quantificação das proteínas de Bence Jones ocorre por eletroforese e densitometria. A análise laboratorial da urina do paciente pode identificar as proteínas de Bence Jones a um limite de 10 mg / L. É importante notar, no entanto, que os limites de detecção para proteínas de Bence Jones podem ser apenas aproximados. A presença de proteínas de Bence Jones na urina geralmente é considerada anormal e deve levantar a suspeita de mieloma múltiplo ou outros distúrbios de células plasmáticas.[3]



Referências bibliográficas

  1. TOMAZ, Ana Paula O. et al . The detection of Bence Jones protein in urine by the heat test helps in diagnosis of multiple myeloma?. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro , v. 53, n. 1, p. 20-23, Feb. 2017 . Available from . access on 01 May 2021. https://doi.org/10.5935/1676-2444.20170006.
  2. E., H.D.; Z., D.R. Fundamentos de Rubin - Patologia. Brasil: Grupo GEN, 2007. 978-85-277-2491-3. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2491-3/. Acesso em: 01 May 2021.
  3. Ramakrishnan N, Jialal I. Bence-Jones Protein. [Updated 2020 Sep 5]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK541035/. Acesso em: 01 May 2021.
  4. FARIA, Rosa Malena D.; SILVA, Roberta O. Paula e. Gamopatias monoclonais: critérios diagnósticos e diagnósticos diferenciais. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., São José do Rio Preto , v. 29, n. 1, p. 17-22, Mar. 2007 . Available from . access on 03 May 2021. https://doi.org/10.1590/S1516-84842007000100005.
Proteína de Bence-Jones Proteína de Bence-Jones Reviewed by Carlos Wallace on maio 03, 2021 Rating: 5

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